terça-feira, 14 de abril de 2015

"CSI: Cyber" e o ciberespaço ao vivo e a cores

Por Ranayra Camara

  
 No texto de Milton Santos, A natureza do espaço, as técnicas são diretamente afetadas e aperfeiçoadas pelo meio e pelos homens no decorrer dos anos. As mudanças sociais, culturais, econômicas políticas e geográficas influem em sua transformação e no seu desenvolvimento heterogêneo. Desde os primórdios, os homens utilizavam técnicas de sobrevivência e comunicação, como pinturas nas cavernas, caça e pesca. A relação dos homens com as técnicas e objetos é um processo de adaptação-concretização, em que estes são inseridos no meio que os acolheu.

 Dando um pulo na história, vemos que as técnicas estão cada vez mais ligadas às tecnologias. O ciberespaço não está tão distante e virtual como deveria, está presente e tem influência direta em nossas vidas.


 Falando dessa relação de técnicas com tecnologias super avançadas e também de outra relação abordada por Massimo Di Felice, o de mídia-sujeito-território, entra em cena o novo e moderno seriado televisivo CSI Cyber.


  A franquia CSI existe há bastante tempo, porém seu terceiro spin-off chega para ser ainda mais revolucionário e totalmente focado em meios tecnológicos. Um episódio piloto da série, Kitty, foi ao ar na 14ª temporada da série mãe, CSI. A própria série teve sua estreia em março de 2015 com o episódio Kidnapping 2.0, que será o objeto de análise deste post.

  A atriz Patricia Arquette foi a escolhida para ser a líder da vez, Avery Ryan, uma psicóloga comportamental. Deixando para trás a história do papel do líder da equipe ser interpretado por homens, como Horatio e Mac, em outros CSIs. 

  
 A série se baseia na busca de criminosos anônimos no mundo da “Deep Web”. Em que tudo é produto e envolve dinheiro. E as mídias e tecnologias são os meios para esses crimes ocorrerem e também para a investigação dessa jurisdição específica do FBI, de crimes cibernéticos.




  
 No episódio Kidnapping 2.0 fica nítida essa relação entre mídia-sujeito-ambiente, que Massimo Di Felice trata. Pois existe um ou mais sujeitos envolvidos por trás de algum objeto midiático, na vigília, para satisfazer seus prazeres sórdidos e criminosos no ambiente real, fora do mundo virtual.

 O objeto eletrônico utilizado para o crime no episódio é uma babá eletrônica. Uma quadrilha possui todo um esquema para sequestrar bebês e depois leiloá-los na “Deep Web”. Uma parte do grupo são hackers que entram nos computadores dos pais das pequenas vítimas e rastreiam mensagens relacionadas à criança. E também hackeiam a babá eletrônica para observar toda a rotina da família e do bebê. E outra parte do grupo era responsável pelo sequestro, sempre mais que uma pessoa. Sendo que o leilão acontecia nesse exato momento, o sequestrador mostra a criança e começa uma transmissão broadcast através da câmera da babá eletrônica. Nisso, hologramas de pessoas de países diferentes disputam a “mercadoria”. 

  O seriado se apresenta como algo bastante interessante e inovador, que mostra a manipulação de objetos eletrônicos para se cometer um crime. E é totalmente atual, relatando exatamente essa ligação quase Superbonder do homem com a internet e com a tecnologia. A série traz também uma nova roupagem em seu “QG”, dominado por tecnologias de ponta, em que até os corpos das vítimas são mostrados como hologramas.


  
 É uma série que vale a pena ficar de olho, afinal de contas, vivemos cercados por tecnologias e também por pessoas não tão show de bola assim. E essas pessoas que infelizmente não são nossos/as migos/migas, descobriram um novo jeito de atacar. Encobertos pelo anonimato cibernético, sentem-se ainda mais poderosos e com chances maiores de saírem impunes.
 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário